Meu pai Doté
Amilton: Xò ɖɛ̀ nú mì,`sua Benção`
Em seus
estudos sobre as religioes dos africanos através do atlântico, o Dr. James L.
Matory escreveu: “Nenhuma religião é pura, ou desprovida de influências
culturalmente heterogêneas. No entanto, o que é
notável sobre a nação Jeje
não é apenas o seu papel fundamental no Candomblé
durante o século XVIII, mas também o
sucesso inicial e extraordinário de
seus filhos, livres como Joaquim d'Almeida, Joaquim
Devodê Branco, e
Lourenço Cardoso,
na promoção das trocas comerciais
e culturais em curso entre a Baixa Costa da Guiné e o Brasil entre
o início do século XIX e início de XX. As suas atividades e as dos outros migrantes circulares entre Bahia e África
Ocidental deixou uma marca duradoura
em não só os "grandes"
casas de Candomblé do século XIX, mas também as grandes cidades
do Brasil e as futuras nações do Benin, Togo e
Gana. Alguns dos descendentes
desses jejes brasileiros peregrinos, transmigrantes e comerciantes se tornariam presidentes desses estados-nações
do Oeste Africano no século XX”. Esta
localização geográfica coloca jejes e nagôs em uma mesma página da história
desses povos na Diáspora que alcança o Brasil, e em particular singulariza a
nossa Bahia, berço preferencial que embalou e nutriu o segmento cultural hibrido
ao qual, hoje, alguns estudiosos fazem referencia usando a designação
“Jeje-nagô”
O que podemos retirar
desse trecho, é a constatação de um intercambio de ideias,costumes e tradições
entre jejes e nagôs, e aplicando um pouco do conhecimento (ainda em franco
processo de aquisição, somado a necessária criatividade) ousar no campo das
conjecturas sobre expressões, frases e palavras dos rituais os quais celebramos
ao longo da prática das nossas atividades religiosas.
No Jeje, somos ensinados
a pronuncial a saudação “Arroboboi” para saudar uma série de Voduns. Para explicar
o significado,cada Templo tem sua versão oficial, indubitavelmente correta e
bem aplicada. Entretanto, pela ótica da pesquisa que desenvolvo em função de um
Projeto de Resgate da Liturgia Jeje Corente com suas Correntes Formadoras na
Diáspora Africana (título provisório), concluo por uma provável conjuntura
semântica, associada a uma composição etmológica, a qual julgo altamente provável.
É assim que surgem as raduções que caracterizam e tipificam a inha intervenção
sobre os cantcos e rezas. Então, sob essa ótica e perspectiva, é que dou origem
a uma tradução atualizada, ou seja, uma versão a mais para a Saudação sob
interesse: Vejamos: A palavra da língua Fon (Fon gbe) Ahóahó, identifica uma serpente cor de cinza, muito rápida. A palavrá Gbó significa Grande. E uma postura
linguistuca característica dos Ioruba-Nagô, e repetir a palavra compondo uma
nova palavara que enfatiza o siginificado da palavra original. E o caso,por
exemplo, da palavra Kéré, que
significa pequeno, pequena. Essa palavra de origema palavra kérekére,que enfatiza de forma singular
o significado de kéré,palavra a qual,
por fim, no nosso jargão, virou kekerê.
É assim que chamamos a Mãe Pequena de Iyá
Kekerê. Por sua vez, a palavra Gbó,
que signific ´grande´, evolvuiu para Gbógbó,
ou seja, ´muito grande´,e eu retiro daí o sigificado da raiz etmológica Ahóahó
Gbogbó : Serpente Infinita.A palavra
Yέ , significa Esprito. Daí, teremos, a saudação ;Ahóahó Gbógbó Yέ , ou seja, Salve o Infinito Espirito da Serpente., ou coisa parecida.
Dai para Ahóahógbógbóyέ
e, finalmente, com o uso dinamico do termo, poderia, perfeitamente se reduzir a
Ahóagbógbóyέ
Espirito da Serpente Infinita !
Referencias :
1.
Le fongbe du Benin; disponível em: http://www.fongbe.fr/franc_vocabulaire/franc_vocabulaire_B.php (acessado em: 06/02/15)